14 janeiro 2008

Desvio


Dia 3. Terceira noite. É um dia de cada vez.

O desafio ao quotidiano, quase igual todo o ano.

Passo a passo, de pensamento em pensamento o afasto.

O quotidiano.

Do meridiano do insensato para o trópico da lucidez,

abandono esse campo de pasto.

É assim que me afasto,

e olhando para trás,

vou apagando o rasto,

que quero só seguir em frente,

ir de encontro á minha gente.

Não te percas...

Em dias idos de fogosa juventude, que lembram a destreza pouco amiude, de nostalgia hoje não passam. A saudade que hoje sinto, em verdade se minto, da serenidade da alma e do amor que me acalma. Do amor fugidio, que para mim à anos sorriu, permanece adormecido. Se o meu amor o viu nalgum lugar escondido, foi um acaso, num dia de céu despido. Mas a minha alma ainda não está calma. Não tenho andado a seu lado, não a tenho acompanhado. Meu corpo parece que anda sozinho e que já só conhece aquele caminho. Há quem se perca assim desta simples maneira e conformado, jamais será o mesmo. Deixar-se vencer e desistir de si mesmo. É a isto que estamos sujeitos que nos aconteça se nos formos deixando absorver pelo dia-a-dia, quotidiano da repetição e da sociedade. Mas tudo mudou, o tempo passou, e eu sou o espírito que não envelhece. Que olha para si mesmo, que de si não se esquece e até de si escarnece. As chamas que mordi, o gelo que incendiei. É por tudo o que em nós corre que se vive e que se morre.
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